Dr. BRENO GREEN KOFF | http://www.deiuris.com.br
Inês é Morta
Convém lembrar que essa expressão, tão comum, existe em nosso folclore, há mais de setecentos anos. Personagem histórica e literária, celebrada em os Lusíadas, de Luiz de Camões (1524-158), Inês de Castro (1320-1355) teve um caso com o príncipe Dom Pedro (1320-1367), com quem teve três filhos. Por reprovar o romance, a casa real comendou a dama castelhana, que vivia na corte portuguesa, à morte por decapitação. Ela literalmente perdeu a cabeça por um homem. Quando já era o oitavo rei de Portugal, Dom Pedro deu-lhe o título de rainha. Mas àquela altura, logicamente isso de nada adiantava: Inês já estava morta. A frase, pois, desde então, passou a significar a inutilidade de certas ações tardias, adágio que também tem o sentido de que nada mais pode ser feito. Assim, vê-se, em princípio, de que não houve, com essa simples menção, de nosso cotidiano, qualquer intenção de ameaçar.